24/06/2022
Com a presença de um grande público, ocorreu na noite desta sexta-feira (24) a última apresentação do espetáculo Chuva de Bala no País de Mossoró no adro da Capela de São Vicente, onde a história de resistência do povo mossoroense é contada.
A encenação completou 20 anos neste ano de 2022 e emocionou a todos que acompanharam o espetáculo nas noites de apresentação. A data marcante de 13 de junho de 1927 foi contada durante a 25ª edição do Mossoró Cidade Junina.
DIREÇÃO E ATORES
Neste ano a direção do Chuva de Bala do País de Mossoró contou com a direção de Diana Fontes. A diretora fez um balanço positivo da edição 2022 do evento. Ele enalteceu a encenação da bravura mossoroense ao bando de Lampião e disse que o Chuva de Bala é único nos mais variados são joões espalhados pelo país.
“Eu faço uma avaliação encantada. Nós sabemos que o São João é comemorado em várias cidades brasileiras, mas só quem tem um espetáculo da qualidade como o Chuva de Bala é Mossoró. Ele é a cereja do bolo do Mossoró Cidade Junina e muita gente vem para o nosso são joão por conta do espetáculo. A gente fica muito feliz de saber que agradamos a todas as pessoas que assistiram a encenação”.
Intérprete do prefeito Rodolfo Fernandes, o ator Cícero Lima destacou a história de bravura do povo mossoroense e falou da importância do evento para o município. Cícero destacou a qualidade do Chuva de Bala.
“O Chuva de Bala no País de Mossoró é um espetáculo muito bonito, grandioso. Eu sempre digo que a encenação é uma celebração a nossa história de luta, de resistência. Esse ano fui presenteado com o personagem do prefeito Rodolfo Fernandes. É um presente para qualquer ator interpretar um personagem desse porte e contar a história junto com os colegas é um presente para todos nós”, contou Cícero Lima que disse que participou de todas as 20 edições do espetáculo. “Eu sou o único ator a estar em todos os Chuvas de Bala no País de Mossoró desde a sua primeira edição”, comemorou.
O ator Douglas Blade, que interpretou Lampião na edição 2022 do Chuva de Bala no País de Mossoró, também ressaltou a emoção de participar deste momento tão importante da história da segunda maior cidade do Rio Grande do Norte.
“Eu não consigo nem explicar. É uma sensação maravilhosa, uma adrenalina gigantesca. Eu ficava todos os dias antes de entrar em cena com aquele frio na barriga, aquela sensação gostosa. Foi uma surpresa para mim interpretar, não esperava o convite para esse personagem, mas foi satisfatório para mim dar vida ao personagem”, disse.
Também neste ano, o Chuva de Bala deu espaço para os novos talentos do município. Um dos 20 atores que participaram do projeto foi Halefy Brito. A avaliação dele foi a melhor possível de ter participado pela primeira vez do espetáculo.
“É uma sensação de euforia estar participando pela primeira vez do espetáculo. Não conhecia nada como funcionava aqui dentro. Já tinha tido outros trabalhos e nenhum foi tão grande como esse. Minha avaliação de minha participação e do Chuva de Bala é mil. Vivi boas emoções. Todos os dias saí daqui emocionado, com várias pessoas pedindo para tirar foto. Tudo isso aqui é maravilhoso”.
HISTÓRIA E ORGANIZAÇÃO
O pesquisador mossoroense, Geraldo Maia, explicou que o Chuva de Bala no País de Mossoró foi uma homenagem aos 75 anos da resistência de Mossoró ao bando de Lampião e que será realizado somente em 2002, mas como o espetáculo caiu no gosto do público e fez muito sucesso, entrou definitivamente no calendário do Mossoró Cidade Junina.
“Esse espetáculo, que começou a ser apresentado em 2002 era para fazer uma homenagem aos 75 anos da defesa da cidade contra o bando de Lampião, mas o sucesso foi tão grande que repetiram em 2003 e não conseguiram mais parar”, resumiu o historiador que também destacou a beleza e organização do espetáculo deste ano.
“Esse ano está muito mais organizado. Grande parte do público agora assiste ao espetáculo sentado. Temos hoje muito mais cadeiras. Embora a história seja a mesma, a arte permite que você conte a mesma história várias vezes. Nesse ano conseguiram pegar uma história triste e transformar numa pegada mais leve. Ficou muito agradável a junção da história com o musical”, explicou.
PÚBLICO
A edição 2022 do Chuva de Bala também ficou marcada pelo grande número de turistas que assistiram ao espetáculo. Selva Pimenta organizou uma excursão vinda de Natal com 46 idosos para acompanhar a última apresentação do Chuva de Bala deste ano.
“É uma sensação de muita alegria. Graças a Deus estamos aqui e tenho certeza que assistir ao espetáculo Chuva de Bala no País de Mossoró é uma oportunidade única. Eu tinha muita curiosidade em assistir ao evento. O Chuva de Bala é muito conhecido dentro e fora do Brasil. Geralmente quando a gente faz excursões fora do Brasil eles (pessoas de outros países) me perguntam como é o Chuva de Bala no País de Mossoró. Isso é muito gratificante para todos nós”.
Quem também presenciou a última noite de apresentação da encenação foi a secretária de Cultura e Turismo de Icapuí. Diana Rocha disse ser fã do Mossoró Cidade Junina e elogiou toda a organização do MCJ deste ano.
“Para mim é uma grande alegria estar neste evento e conhecendo as novidades que o Mossoró Cidade Junina tem trazido e inspirando para os nossos festivais em Icapuí. Não é a primeira vez que venho a Mossoró. Tive várias oportunidades de prestigiar, mas me impressionou muito a estrutura nesse ano. A forma como ele está sendo conduzido, planejado e executado. Me impressionou muito e fico muito feliz de ver o que tem sido feito”.
As apresentações do “Chuva de Bala no País de Mossoró” ocorreram nos dias 9, 10, 11, 12, 16, 17, 18, 19, 23 e 24 de junho, no adro da Capela de São Vicente.